Barraco - Cartaz da Bienal Internacional de Quadrinhos de 2018, por Shiko |
Eu não sei como você chegou até aqui, mas espero que tenha sido em uma busca para saber um pouco mais sobre alguma HQ que você esteja lendo, que já tenha lido ou que deseja começar a ler. Eu realmente espero, mas isso não importa muito agora.
O fato é que eu leio um monte de
quadrinhos. Talvez não tanto como eu gostaria, mas com certeza talvez mais do
que deveria... ou não, sei lá. Onde eu quero chegar é: nem
sempre é fácil encontrar alguém para conversar sobre isso, afinal eu leio muita
merda, mas também leio muita coisa interessante. Aqui eu decidi escrever sobre essas HQs que gostaria de recomendar,
a quem interessar.
Não tenho interesse de dispender
esforços reais para uma resenha critica sobre as HQs que leio. Não é o que
pretendo na Garagem Assombrada. Não faço nem ideia se tenho as
qualificações necessárias para analisar uma história em quadrinho como ela deve ser
analisada: com conhecimento e percepção da realidade, com observação dos
detalhes visuais e dos processos linguísticos para produzir sentidos, com
método e técnica. Eu apenas quero falar das minhas impressões sobre o que gosto
e o que não gosto em uma HQ. É isso mesmo, de forma bem pessoal e parcial. Acredito é claro que alguma coisa mais analítica vai ser dita,
alguns sentidos e aspectos socioculturais amplificados pelo contexto ou
mascarados pelo não-dito e que forem percebidos por mim não serão furtados do
texto, desde que eu acredite que faça sentido ser dito.
E esse é o primeiro ponto que
deixo claro aqui: minhas resenhas (ou reviews, como preferir) são guiadas mais
pelo afeto do que pela razão. Ainda me lembro muito bem das primeiras HQs que
li e das sensações que causaram em mim e que me fizeram continuar
lendo. Quero escrever sobre isso. Ainda hoje é isso que guia minhas leituras, as emoções que a leitura me traz, o que aprendo com ela e o que me faz buscar mais
informações para entendê-la.
É claro, já disse antes. Eu leio
muita merda. É quase um trabalho de minerador, ou de caça ao tesouro... gosto
dessa imagem.
O segundo ponto é importante para
responder duas possíveis questões: por que em texto? por que um blog? A resposta
mais simples é porque não tenho paciência para 10, 15, ou sei lá quantos
minutos de um vídeo com edição impactante, voz do narrador modulada para atrair
atenção ou trilha sonora para forçar uma emoção no ouvinte. Gosto de texto
porque quem está lendo controla a leitura emocionalmente e racionalmente. Caso,
não queira ler o texto todo, basta correr o olhar pelas frases e
"adiantar" o texto até onde veja algo lhe interesse, ou apenas ir direto até
a conclusão ou mesmo ler até onde se der por satisfeito. Em vídeo é bem mais
complicado localizar o exato ponto que você ficará satisfeito. Você fica
dependente do narrador, fica refém de um técnico. Você adianta o vídeo como quem dá
um salto no escuro e logo você está ali preso no momento. Você controla muito
melhor as idas e vindas na leitura e o preço a pagar geralmente é bem menor em
termos de ganho de tempo do que vendo um vídeo, isso considerando ainda a
velocidade de leitura de cada um. E aí é contigo, meu caro, o tempo que você
perde aqui é você que controla.
Gosto dessa imagem.
Espero que goste também.
Piratas do Tietê, por Laerte |
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