18 de novembro de 2018

Notas Desoladas: uma introdução

Barraco - Cartaz da Bienal Internacional de Quadrinhos de 2018, por Shiko

Eu não sei como você chegou até aqui, mas espero que tenha sido em uma busca para saber um pouco mais sobre alguma HQ que você esteja lendo, que já tenha lido ou que deseja começar a ler. Eu realmente espero, mas isso não importa muito agora.

O fato é que eu leio um monte de quadrinhos. Talvez não tanto como eu gostaria, mas com certeza talvez mais do que deveria... ou não, sei lá. Onde eu quero chegar é: nem sempre é fácil encontrar alguém para conversar sobre isso, afinal eu leio muita merda, mas também leio muita coisa interessante. Aqui eu decidi escrever sobre essas HQs que gostaria de recomendar, a quem interessar.

Não tenho interesse de dispender esforços reais para uma resenha critica sobre as HQs que leio. Não é o que pretendo na Garagem Assombrada. Não faço nem ideia se tenho as qualificações necessárias para analisar uma história em quadrinho como ela deve ser analisada: com conhecimento e percepção da realidade, com observação dos detalhes visuais e dos processos linguísticos para produzir sentidos, com método e técnica. Eu apenas quero falar das minhas impressões sobre o que gosto e o que não gosto em uma HQ. É isso mesmo, de forma bem pessoal e parcial. Acredito é claro que alguma coisa mais analítica vai ser dita, alguns sentidos e aspectos socioculturais amplificados pelo contexto ou mascarados pelo não-dito e que forem percebidos por mim não serão furtados do texto, desde que eu acredite que faça sentido ser dito.

E esse é o primeiro ponto que deixo claro aqui: minhas resenhas (ou reviews, como preferir) são guiadas mais pelo afeto do que pela razão. Ainda me lembro muito bem das primeiras HQs que li  e das sensações que causaram em mim e que me fizeram continuar lendo. Quero escrever sobre isso. Ainda hoje é isso que guia minhas leituras, as emoções que a leitura me traz, o que aprendo com ela e o que me faz buscar mais informações para entendê-la.

É claro, já disse antes. Eu leio muita merda. É quase um trabalho de minerador, ou de caça ao tesouro... gosto dessa imagem.

O segundo ponto é importante para responder duas possíveis questões: por que em texto? por que um blog? A resposta mais simples é porque não tenho paciência para 10, 15, ou sei lá quantos minutos de um vídeo com edição impactante, voz do narrador modulada para atrair atenção ou trilha sonora para forçar uma emoção no ouvinte. Gosto de texto porque quem está lendo controla a leitura emocionalmente e racionalmente. Caso, não queira ler o texto todo, basta correr o olhar pelas frases e "adiantar" o texto até onde veja algo lhe interesse, ou apenas ir direto até a conclusão ou mesmo ler até onde se der por satisfeito. Em vídeo é bem mais complicado localizar o exato ponto que você ficará satisfeito. Você fica dependente do narrador, fica refém de um técnico. Você adianta o vídeo como quem dá um salto no escuro e logo você está ali preso no momento. Você controla muito melhor as idas e vindas na leitura e o preço a pagar geralmente é bem menor em termos de ganho de tempo do que vendo um vídeo, isso considerando ainda a velocidade de leitura de cada um. E aí é contigo, meu caro, o tempo que você perde aqui é você que controla.

E é em um blog. "No Blogger, ainda por cima!" diriam alguns. Não é no Facebook, não é no Medium, no Tumblr, ou sei lá mais onde. Escrevo aqui quase por saudosismo... nostalgia por blogs... Isso já existe? Saudade de um tempo que quando você queria descobrir algo você tinha correr atrás e ler um bocado de sites até achar a melhor informação ou a que mais lhe aprouvesse. É num blog justamente porque é simples, é direto e para chegar aqui você deve ter tido um bocado de sorte... ou um tanto de azar. Julgue você mesmo. Espero que tenha sido uma verdadeira caça ao tesouro...

Gosto dessa imagem.

Espero que goste também.

Piratas do Tietê, por Laerte


Nenhum comentário:

Postar um comentário